A VOZ SUPREMA DO BLUES, MA RAINEY'S BLACK BOTTOM, GEORGE C. WOLFE, 2020

NETFLIX

Na Chicago dos anos 20, a cantora Ma Rainey e sua banda gravam um disco que  a consagraria como A Voz feminina do blues. Num ambiente racista e misógino ela foi um marco no gênero do blues.

Baseada na peça homônima de 1984 de August Wilson o filme é dirigido pelo competente George C. Wolfe.

Aqui ele opta por filmar os atos da peça e compila-los dinamicamente uma escolha que favorece os atores mas prejudica o resultado fílmico.

a câmera passeia pouco e fica a maior parte do tempo estática ou em um angulo que favorece a todos em cena. Há pouquíssimas externas aqui e são usadas de maneira inteligente para criar uma ambientação para o expectador.

A direção de fotografia e iluminação fazem um trabalho brilhante trazendo para a tela e quase no colo do expectador o calor de um verão escaldante. Toda composição de cena tem o verao envolvido pela iluminação, fotografia e maquiagem vemos a pele de todos brilharem de suor e calor, há uma cena de uma coca cola sendo tomada que olha, dá sede, literalmente. Se o calor pode ser filmado esse filme é a prova e ele é um coadjuvante de peso!

O filme vende um possível duelo de atuações de Chadwick Boseman e Viola Davis mas isso não acontece de maneira grandiosa. Fica na promessa e entrega pouco.

Mas não atrapalha as atuações a peça favorece a todos e aqui, no filme, quase todos são favorecidos quase todos tem seus monólogos fortes e dignos de premiação, Viola brilha, mesmo quando dubla a voz de Ma, seus trejeitos e seus olhares fulminantes que dizem tudo tornam a atriz em uma indicada fácil. Mas quem brilha é Chadwick. Em seu ultimo papel, Chadwick usa de sua magreza evidente, por conta de sua doença, para dar uma forma incrível para Levee, o trompetista. Ele se movimenta rápido curvado e seduz com seu olhar e sentenças rápidas, se esgueira como uma raposa e dança na frente da câmera. Seu melhor trabalho.

O maior problema do filme é sua teatralidade ele tem ótimos monólogos onde não há meias palavras para expor o racismo. E direto e doloroso. Mas teatral para o cinema.

A VOZ SUPREMA DO BLUES, não é perfeito mas é um 'oscar bait' bem realizado e com atuações incríveis que sim merecem Oscar. NOTA: 8 

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