O POÇO, GALDER GAZTELU URRUTIA, 2020. Com uma falha de memória, Goreng, acorda em uma cela cujo o centro do chão e do teto são abertos. Pela abertura uma placa de concreto passa pela cela com restos de comida e desce para o andar abaixo onde outros esperam ser alimentados também. Goreng tem um amigo de cela, Trimagasi, mais velho e conhecedor do processo daquele lugar. Aos poucos Goreng vai se lembrando de como ele foi parar ali. Dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia esse parece ser seu trabalho mais autoral. Apesar do roteiro ser da dupla David Desola e Pedro Rivero. Têm-se a impressão de uma assinatura mais forte do diretor na estética e na simbologia. Alias a história é recheada de símbolos, referencias e enigmas. Mas tudo jogado sem uma boa amarração e em alguns momentos esses recursos são facilitações narrativas e em outros apenas estão ali pra nada. O filme nos entrega um enigma embrulhado numa critica social muito bem estruturada. Um elevador com comida, do primeiro ao ultimo andar ele vai parando por dois minutos você se serve e ele desce, quanto mais fundo ele chega menos comida tem e a qualidade do que chega à baixo não é das melhores. Tudo depende de quem esta acima de você. Imaginem o filme O CUBO, 1997 misturado com qualquer programa de gastronomia de hoje em dia. Bizarro, no melhor sentido da palavra. Mas isso não torna o filme ótimo. O filme tenta ser dinâmico com uma edição em 'jump cuts' que, a medida que a trama avança e se complica, é deixado de lado. Os símbolos e referencias não são desenvolvidos à tempo para causar curiosidade no espectador. Exemplos: livro de Cervantes, caracóis, A sobremesa, A criança entre outros detalhes, todos mal desenvolvidos. O design de produção muito bom e a fotografia eficiente. O POÇO é uma ideia muito boa com uma critica muito bem desenvolvida mas os excessos de simbologias mal desenvolvidas que acabam deixando o filme enfadonho. NOTA 6

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