AVES DE RAPINA: ARLEQUINA E SUA EMANCIPAÇÃO FANTABULOSA, CATHY YAN, 2020. Após o término de seu relacionamento com o nefasto Coringa, a Dra Harley Quinzel ou, como é conhecida, Arlequina, resolve se lançar em carreira solo no mundo do crime mas se dá conta que seu status antigo lhe dava certa imunidade. Agora, vai ter que lidar com todos os desafetos que acumulou durante anos. Capturada por um desses desafetos, o mesmo faz um acordo por sua vida. Dirigido por Cathy Yan, seu melhor trabalho é o bom DEAD PIGS, 2018. E aqui ela tem vários problemas nas mãos e procura varias saídas para eles e quase acerta em tudo. Temos duas historias pra contar, a historia da arlequina e a historia das personagens que irão compor as aves de rapina. Então temos uma historia de origem de um grupo pra contar e uma especie de continuação do que vimos em Esquadrão Suicida. Pra amarrar essas duas historias temos um vilão genérico e uma garota problemática que é o alvo desse vilão. OK Dessas três linhas narrativas só a historia da Arlequina é a 'bem' desenvolvida digo 'bem' porque é uma ideia simples contada de um jeito louco. Já a historia que poderia desenvolver as heroínas que formam o grupo Aves De Rapina é desleixado. A historia da Caçadora é bem batida apesar da heroína ser muito boa, da Detetive Montoya super genérica. A melhor é a Canario Negro, alias sob certos aspectos é melhor desenvolvida que a própria Arlequina . A personagem da Canario carrega um fardo, uma herança da qual quer fugir e isso fica bem claro e compramos a personagem muito fácil. O arco de origem da Cassandra Cain é muito "qualquer coisa" também, idem para o vilão, Mascara Negra, apesar de muito bom. Esses problemas de roteiro são resolvidos de uma maneira simples. O filme é narrado pela Arlequina, tudo é percebido pela ótica dela, portanto ela nos mostra o que ela quer ou o que a cabeça maluca dela deixa. Vira uma salada de episódios, picados ao som de musicas aleatórias dos anos 80 e 90, e você que se vire pra montar isso na cabeça. Irrita, mas diverte e disfarça bem os furos e 'barrigas' no roteiro. Tudo corre bem enquanto isso é usado. No meio do segundo ato isso é deixado de lado, a narrativa se torna linear e expõe todos os defeitos de ritmo e roteiro. A direção perde a força e vemos que há muito de Margot Robbie interferindo na direção, imagino. O elenco têm força e união que salvam o filme de um desastre, Rosie Perrez (Montoya) é uma baita atriz não é de hoje, Mary Elizabeth Winstead (Caçadora) está bem e a ideia da personagem não ser levada à sério é uma piada recorrente que funciona, a Ella Jay Basco (Cassandra) poderia ter mais camadas, mas funciona. Já o show fica com o trio: Jurnee Smollett-Bell (Canário) ela seguraria um filme solo fácil e Evan McGregor (Mascara Negra) está ótimo. Ele é um vilão da pior espécie, cheio de trejeitos e todo afetado, muito bom. Mas o filme é todo da Margot Robbie ela pegou essa personagem pra ela e pronto! Coitada da atriz que no futuro interpretar a Arlequina. Ela pode fazer qualquer coisa em cena, é hipinótica, é maldosa, desonesta, violenta, cheira cocaína em cena(?!?!), tem a risada mais safa do cinema e ainda assim caímos de paixão. Agora fica a pergunta no ar: -esse amor pela Arlequina vem do excelente trabalho de entrega da atriz ou a personagem que é muito cativante? Aves de Rapina é um filme bagunçado ora pela loucura da protagonista ora pelo roteiro desleixado e direção frouxa mas é burlesco e como o titulo diz: fantabuloso! Nota:7

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