ADORÁVEIS MULHERES, GRETA GERWIG, 2019. Em meio a Guerra Civil americana, acompanhamos o amadurecimento das irmãs Jo, Beth, Meg e Amy e como cada uma entra na vida adulta . Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que sentem umas pelas outras. Louisa May Alcott, escreveu um dos clássicos da literatura americana 'LITTLE WOMEN' em 1868. No cinema, ja havia sido adaptado por cinco vezes. Cabe a Greta Gerwig adapta-lo uma sexta vez, mas há necessidade? Greta deixa claro que sim e aqui faz duas coisas: Executa seu melhor trabalho e talvez esta seja uma adaptação definitiva. Particularmente não vejo esse livro sendo adaptado nos próximos 30 anos e dificilmente será superado. O roteiro também tem sua assinatura que ajuda muito a transpor a fluidez que ela deu pra essa adaptação. Qualquer outro diretor iria esbarrar em um problema: a narrativa cruzada que Greta construiu. Os eventos da história são mostrados a partir de uma ótica de causa/consequência e para isso usa de maneira muito inteligente os flashback's que, em momento nenhum são confusos porque ela usa um recurso simples e inteligente o tricromatismo. Greta escolhe três cores distintas AZUL, VERMELHO e AMARELO para dar o tom de emoção e a passagem de tempo da narrativa. Quando tudo corre bem essas cores são mostradas claras, solares por toda cinematografia e quando nada vai bem ou o tom de tristeza aumenta as cores ficam mais fortes, escuras e cinzentas. Perfeito. O elenco é um show à parte: Meryl Streep (quando aparece tudo para), Bob Odenkirk (pontual, discreto e marcante), Chris Cooper (ótimo), Louis Garrel (muito bom) e Timothée Chalamet com seu marcante olhar melancólico. Quanto ao quinteto central o roteiro divide bem a personalidade de cada uma tornando todos os arcos interessantes. É como se estivéssemos lendo o livro e cada capitulo fosse dedicado a uma personagem Laura Dern como a mãe aguerrida, Emma Watson a irmã mais conservadora, Eliza Scanlen a irma mais tímida, mais sóbria e com talentos musicais. Completando, com uma decisão acertada do roteiro em duplicar o protagonismo com as irmãs Jo e Amy interpretadas por Saoirse Ronan e Florence Pugh. A jornada é da Jo mas o destaque para Amy da um respiro para toda a narrativa e permite ao espectador 'escolher' sua preferida ou torcer para uma ou outra. Problemas do filme: assim como o livro há um arco ascendente de felicidade que Greta segura em doses pequenas até 'chutar o balde' no final e mesmo tentando disfarçar acaba soando falso, assim como soa falso também alguns diálogos sobre a condição da mulher na sociedade que são todos ótimos mas um ou outro fica batido. ADORÁVEIS MULHERES é uma adaptação inteligente e sarcástica com uma forte assinatura de uma das melhores diretoras da atualidade. NOTA 9.5

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