A DESPEDIDA, LULU WANG, 2019.
Uma família chinesa separada pelo destino precisa se reunir para visitar a avó/matriarca, que fora recentemente diagnosticada com um câncer terminal. Por questões culturais, todos resolvem não falar sobre a doença e como desculpa para a reunião, arranjam um casamento de última hora.
O filme é dirigido por Lulu Wang e esse é seu segundo trabalho, o primeiro foi PÓSTUMO de 2014 que é bom. Nesse filme ela tem uma história mais robusta pra contar e se sai muito bem!
O filme é matematicamente dividido em, comedia e drama e ela trabalha muito bem o tom desses gêneros sem deixar pender para um dos lados. O espectador não se pega gargalhando de algo, mas também não vai chorar copiosamente e ai é que está a sacada do filme. Lulu filma uma família como ela é. Ninguém é perfeito ali pois todos se conhecem intimamente.
O roteiro é simples e objetivo, os diálogos são fluidos e naturais.
O elenco é solido e em nenhum momento você deixa de acreditar que aquelas pessoas são realmente uma família. A atriz Zhao Shuzhen que faz a avó é maravilhosa. Doce, cuidadosa e durona sem perder a ternura de avó. O maior destaque vai para a atriz Awkwafina, que carrega boa parte do filme. Ela passa toda a aflição, tristeza e insegurança que a personagem tem não somente pelo texto que é muito bom mas também pelo gestual e postural você percebe sua dor, seu sofrimento pelo peso da sua consciência.
Lulu Wang emula o estilo de outro diretor, Wes Anderson, por todo filme.
Tomadas idênticas, enquadramentos e tons pasteis na cinematografia. É praticamente uma homenagem, mas ainda assim tem a identidade de uma diretora de talento.
A DESPEDIDA é um filme leve, melancólico sem ser pra baixo e engraçado mas sem ser devidamente uma comédia. NOTA 9
INTERROMPEMOS NOSSA PROGRMAÇÃO, 2021, JAKUB PIATEK NETFLIX No Reveillon entre 1999 e 2000 um homem entra armado em uma estação de TV e faz reféns, Sua intenção? Ler uma carta, ao vivo, na virada do ano. Um filme que fez um certo burburinho no festival Sundance e que promete mais do que entrega. Dirigido por Jakub Piatek, o filme faz óbvias referências aos filmes de Sidney Lumet mais especificamente REDE DE INTRIGAS de 1976 e UM DIA DE CÃO, de 1975, mas fica apenas na referência já que não avança e, em vários momentos, empaca. O máximo que consegue é ser um versão abaixo do já mediano JOGO DO DINHEIRO de 2016. Interpretrações maquineístas e operacionais, em um filme com uma historia de bom potencial mas pouco aproveitada. NOTA: 5.5
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