VOCÊ NUNCA ESTEVE REALMENTE AQUI, 2017. Joe é um mercenario/ caçador de recompensas e vive basicamente disso. Mas seu trabalho tem uma característica peculiar: ele é especialista em achar garotas desaparecidas. Ao ser contratado por um senador para recuperar a filha desaparecida em circunstâncias suspeitas sua vida muda drasticamente. Lynne Ramsay dirige o longa baseado no livro de Jonathan Ames, ela também dirigiu o ótimo PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN. Ela é uma excelente diretora para filmes pesados que exigem firmeza de seu diretor e isso ela tem de sobra. E o filme serviu de trampolim para Joaquim Phoenix ganhar o papel de Coringa no cinema. Aqui ele está igualmente perturbado mas com origem diferente para essa perturbação. O personagem Joe é uma mistura de o assassino Leon de O PROFISSIONAL, de Luc Besson e o Justiceiro, não o da TV mas sim dos quadrinhos. Joe é um homem assustadoramente doce mas ao mesmo tempo violento quando necessário e assombrado por traumas do passado e com fortes tendencias suicidas. A atriz que faz o papel da menina desaparecida, Ekaterina Samsonov, é uma versão do Joe. A semelhança chega a ser engraçada em alguns momentos. Lynne tem uma câmera calma e bem fluida e ajuda os atores a passar tudo na respiração e no olhar sem a necessidade de muitas falas e com isso tornam poéticas as cenas mais pesadas do filme. Regra básica de cinema: sempre que possível, mostre e deixe a imagem falar, não verbalize o que pode ser visualizado, a cena fala por si só. Ponto pra diretora. VOCÊ NUNCA ESTEVE REALMENTE AQUI é um filme pesado, denso, poético, mas que poderia nos dar mais camadas de alguns personagens para que o destino de cada, tivesse um pouco mais de peso, ainda assim, um ótimo filme. Nota 8