Meu nome é Dolemite, 2019
Após varias tentativas de sucesso Rudy cria Dolemite um cafetão que faz piadas rimando absurdos e palavrões como uma metralhadora giratória. Quem conhece a história dos negros nos EUA sabe o terreno espinhoso que ele caminha, esse tipo de piada com rima era comum entre escravos nos poucos momentos de descanso que tinham. Alguns falam que o rap veio desse costume.
Mesmo de gosto duvidoso o humor de Dolemite faz sucesso e ele explode pelo país. Mas Rudy tem planos mais ousados para sua criação e almeja o cinema.
Após anos de sucessivos fracassos, Eddie Murphy, parece que se encontrou novamente.
Seu legado de filmes é datado e já não produzem o mesmo efeito que na década de 80 e 90. Hoje, seu tom de comedia só destila preconceito sem graça.
Fora que o ator tem um ego enorme e em varias produções, só ele tinha espaço.
Aqui temos um Eddie mudado, humilde e um elenco não muito conhecido brilhando. É lindo de ver é quase um Saturday Night Live com elenco negro, todos com seu momento, todos brilham por igual.
A direção é de Craig Bruwiser que por curiosidade é um diretor branco cujo o maior sucesso é outra história 100% negra, o excepcional Ritmo de um Sonho.
Craig volta ao universo da cultura negra e faz um filme redondo, uma cinebiografia do folclórico Rudy Ray Moore, comediante, cantor, ator, dançarino e criador do personagem Dolemite.
O problema do filme é o jeito 'certinho' demais de Craig em contar toda a história de Rudy Ray, um fracasso em quase tudo que tentou fazer na vida mas jamais perdeu a esperança de ser uma "estrela", é muito detalhado Craig quer contar tudo! É fácil de saber porque o diretor cai nessa armadilha por que o Rudy tem muita historia bizarra pra ser explorada imagino que seja muito dificil separar 'as melhores'. O inicio é perfeito a trama flui e vamos sabendo do cotidiano duro de Rudy e toda a sua resiliência, mas sempre com sorriso estampado. Ele não desiste, jamais!
vemos a criação de Dolemite e todo o sucesso, o meio do filme é sobre a aventura dele querer produzir o filme na linha 'BLAXPLOITATION' e ai que o diretor erra, ele cria uma metalinguagem comprida, arrastada com vários bons momentos mas ainda assim excessivamente detalhada essa parte é literalmente um tutorial de cinema guerrilha/ blaxploitation! A parte final explora a persistência de Rudy Ray e sua frase "mirem as estrelas e acreditem: vai chegar a vez de vocês!" define bem o personagem. E o filme consegue criar um suspense até mesmo em quem já conhece a história do verdadeiro Rudy Ray. Eddie Murphy é um show, ele está incrível. Brilha e deixa todos à vontade para brilhar o ator passa para o expectador que está realmente se divertindo. E olha que ele não está bem desde o filme dele com Steve Martin "OS PICARETAS" que lembra um pouco nesse aqui.
MEU NOME É DOLEMITE é um filme excelente mas poderia ser mais economico e enxugar um pouco da gordura do roteiro, mas nos presenteia com um Eddie Murphy que talvez nunca tinhamos visto em um filme. NOTA 8.5
INTERROMPEMOS NOSSA PROGRMAÇÃO, 2021, JAKUB PIATEK NETFLIX No Reveillon entre 1999 e 2000 um homem entra armado em uma estação de TV e faz reféns, Sua intenção? Ler uma carta, ao vivo, na virada do ano. Um filme que fez um certo burburinho no festival Sundance e que promete mais do que entrega. Dirigido por Jakub Piatek, o filme faz óbvias referências aos filmes de Sidney Lumet mais especificamente REDE DE INTRIGAS de 1976 e UM DIA DE CÃO, de 1975, mas fica apenas na referência já que não avança e, em vários momentos, empaca. O máximo que consegue é ser um versão abaixo do já mediano JOGO DO DINHEIRO de 2016. Interpretrações maquineístas e operacionais, em um filme com uma historia de bom potencial mas pouco aproveitada. NOTA: 5.5
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